
O hormônio do crescimento, conhecido pela sigla GH (growth hormone), é produzido pela glândula hipófise (localizada na parte inferior do cérebro) e tem como principal função o crescimento na infância. Na fase adulta, o GH é responsável pela regulação da massa magra estimulando a síntese proteica. Além disso, promove a lipólise, que consiste na “quebra” da gordura armazenada para obtenção de energia.
Seus supostos benefícios decorrentes do uso, tanto por atletas profissionais como amadores, aliado ao seu alto custo, construíram sua fama, algumas vezes sendo chamado de “elixir da juventude” por algumas correntes “médicas” nem um pouco científicas.
A verdade é que, aqueles benefícios obtidos com a reposição em indivíduos que têm deficiência deste hormônio, não são observados quando pessoas saudáveis usam o GH. Estudos mostram que o uso de GH promove ganho de massa magra e perda de gordura, porém sem melhora de fatores relacionados com a performance como força, potência e resistência (houve apenas melhora da capacidade de “sprint” observada em apenas um estudo). Importante ressaltar que esta melhora da relação massa magra/gordura aconteceu, em parte, por retenção hídrica gerada pelo uso do hormônio.
A segurança do uso no longo prazo do GH em indivíduos saudáveis também nunca foi atestada. Existem sérias preocupações quanto a possibilidade de desenvolvimento de diabetes , problemas articulares, doenças cardíacas e câncer.
Portanto, o uso do GH em adultos está indicado apenas em indivíduos com falta deste hormônio. A deficiência do GH em adultos é rara, sendo a principal causa os tumores na região da hipófise ou a sequela do seu tratamento (cirúrgico ou radioterápico).